maio 2009


imagem (internet)

 

Informar é sim o principal dever do jornalista. Quando acontece algum fato de relevância que precisa ser investigado, tem que ser apurado á fundo. A forma que ele irá obter as informações decorrentes é outra história.

Dificilmente ele irá conseguir as informações concretas sendo apresentando-se como um. Nada é dado de bandeja, muitas vezes ele tem que “sujar suas mãos e molhar outras”. Se realmente é de interesse público e ele queira que isso venha á tona nos mínimos detalhes, o jornalista se arrisca.

Não há como “fazer uma boa omelete sem quebrar os ovos”.  O mesmo acontece principalmente em trabalhos investigativos, quando alguma das partes é afetada. É por um bem maior, que nesse caso é investigar e obrigatoriamente informar ao público. Tudo depende do momento e da questão. O jornalista não pode apegar-se ao emocional. Acima de tudo isso, informe, mas sem ferir o pessoal do investigado.

foto by Fábio Motta

 

 

No mundo em que a velocidade das informações é assustadoramente rápida, o homem, nos dias de hoje, tem um grande poder de se comunicar. São tantos os meios de acesso a essa comunicação, que a imprensa ficou um pouco banalizada. O tempo é curto e a pressão é grande sobre os jornalistas.  Por esse motivo, eles estão se esquecendo de seus principais mandamentos: responsabilidade social; não ao sensacionalismo; estimular a solidariedade; não banalizar a violência e a ética jornalística.

A ética está sendo deixada de lado; a imparcialidade contaminou grande parte do meio. O que se vê são alguns jornalistas – que por essa ética não podemos citar-, demonstrando claramente que é favor de determinado lado partidário, de determinada idéia e que pretende não só compartilhá-la, mas nos convencer dela. Não há mais responsabilidade de ser claro e neutro; Há uma disputa ferrenha da mídia em repassar e nos alistar nela, por que de algum modo pode-se aumentar índices de audiência ou beneficiar-se daquela idéia injetada em nossas mentes.

Vejo jornalistas difamando colegas de profissão, rotulando-os apenas por serem de outra empresa de mídia, travando uma guerra que em algumas vezes chega ao pessoal. Não está havendo um comprometimento com a verdade. Alguns maquiam, forjam e inventa notícias, para ter alguns pontos á frente na audiência ou apenas fazendo com que quantidade justifique seu trabalho. Tevês discutindo a autenticidade de reportagens de emissoras rivais.

Acabou o verdadeiro sentido da profissão; Somos hoje chamados de fofoqueiros e não mais jornalistas. Onde está o amor pela profissão demonstrado ao decorrer da graduação?

Está sobrando mentira, está faltando á verdade.

Dioxina

 

INTERESSANTE

 

Você tem que saber.

(divugação: Adorocinema.com.br) 

Shattered Glass’ : um filme tão real quanto a própria história

 

Shattered Glass (O Preço de Uma Verdade, EUA, 2003), do diretor  Billy Ray e co-produção de Tom Cruise, mostra a real pressão de Stephen Glass (Hayden Christensen),  um jovem com cerca de 20 anos, recém-formado jornalista, que é redator da revista The New Republic , e anseia ter uma ascensão profissional. Glass  tem uma aparente divisão entre ser jornalista e estudar direito. Talvez por essa razão em ter dificuldade em  achar matérias interessantes e de impacto, ele então procura um atalho para fama num perigoso e viciante ciclo de mentiras,  inventando matérias de grande impacto, fontes discretíssimas, críticas acentuadas e até histórias inteiras que, por serem interessantes, acabavam  nas páginas da The New Republic. Michaell Kelly  (Henck Azaria), editor da revista, defende sua equipe do chefe autoritário, Marty Peretz (Ted Kotcheff), até que Michael é substituido por Chuck Lane (Peter Sarsgaard), até então companheiro – competidor – de Stephen na redação, e  ironicamente, nessa época, dobrou-se o número de artigos de Glass  publicados na revista.

Assim como vem o sucesso vem a visibilidade. Um  jornalista concorrente,  pressionado por seu chefe em relação ao então famoso artigo de Glass, resolve investigar as fontes de Glass, que tenta de várias formas – em vão- ocultar seus rastros errôneos.Daí para  frente acontece o já previsível final do filme: Glass é desmascarado e seu mundo acaba por vir abaixo. Ele escreveu por três anos para a The New Replublic. E das suas 41 histórias publicadas, 27 foram parcialmente ou totalmente inventadas.

O que se vê é um final surpreendente, de um drama bem dirigido baseado em fatos reais, que prende a atenção do título aos créditos finais, com uma excelente atuação de Hayden Cristensen no papel de Stephen Glass.  Shattered Glass é um filme indispensável.